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A mostrar mensagens de março, 2024
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  Sentir Tudo de Todas as Maneiras │Prosa           Na cidade cinzenta, entre becos estreitos e vielas sombrias, vivia um homem multifacetado, de sentimentos amplos como o oceano. Chamava-se Eduardo e, como um eco de Fernando Pessoa e seu heterónimo Álvaro de Campos, carregava consigo uma grande inquietude. Todas as manhãs se vestia com roupas de gala para o mundo. Tinha a máscara do trabalhador sisudo, do boémio que percorria os bares decadentes e a do sonhador que enchia as praças vazias. Mas a máscara que melhor lhe assentava era a do engenheiro de emoções. Ao longo do dia, mergulhava nas profundezas do sentir e explorava cada detalhe. Os seus olhos captavam tristeza. Um sem-abrigo na esquina e a alegria de uma criança a brincar na chuva. Absorvia tudo ao pormenor. Sentia tudo de todas as maneiras. À noite, refugiava-se no seu pequeno quarto, repleto de livros, papel e canetas. Despia-se das suas máscaras. Revelava a sua verdade...