Solidão na multidão
Os dias em que a tranquilidade
da solidão vence a agitação da multidão
Sim, é verdade.
Existem dias assim.
A solidão surge como um refúgio
pacífico. A mente encontra serenidade no silêncio e na ausência de afetos.
Em momentos de quietude e de introspeção
interior.
Perde-se nos pensamentos.
Mas, lá fora, a agitação, envolvente e
vertiginosa, pulsa com intensidade.
A esmagadora agitação da multidão é uma
sinfonia dissonante de vozes sobrepostas.
Uma miríade de cores, onde os passos são
apressados. Ecoam-se risos estridentes e movimentos desenfreados. Um turbilhão
de sensações, onde as emoções se entrelaçam e se perdem.
A atmosfera vibrante, carregada de
energia, inunda os sentidos. Por entre conversas animadas e risos contagiantes,
cada olhar, cada expressão são pinceladas vivas num quadro em constante
transformação.
Apesar da companhia e do entusiasmo
coletivo, paradoxalmente, a sensação é solitária.
Procura-se introspeção na solidão, o
encontro consigo mesmo, um equilíbrio emocional e espaço para a reflexão. É
como se a solidão permitisse respirar ou restaurar a energia mental e
emocional. Oferecesse paz e clareza, valiosa para o equilíbrio interior.
Sim, o equilíbrio.
Tão fundamental entre os momentos a sós
e a ligação com os outros e com o mundo.
Uma fusão onde se procura plenitude.
Navega-se em águas opostas.
Na calma da solidão e na energia
vibrante.
Porque, tudo faz falta.
Porque é de tudo que nos nutrimos.
Cada experiência, cada conhecimento
contribui para o crescimento, como se a vida tecesse uma rica tapeçaria
colorida.
Elizabete (26 Novembro 2023)
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