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A mostrar mensagens de fevereiro, 2024
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  Marquesa de Alorna: A Luz na Escuridão - Uma História de Coragem, Poesia e Transformação             D. Leonor de Almeida Portugal Lorena e Lencastre, condessa de Oeynhausen, a conhecida Marquesa de Alorna, título herdado do seu irmão após a sua morte quando combatia ao lado de Napoleão, foi a principal mediadora cultural nos salões de cultura. Nascida a meio do século XVIII, mais precisamente a 31 de outubro de 1750, mesmo enclausurada num convento, aperfeiçoou a sua escrita quando escrevia cartas ao seu pai.   As missivas eram uma forma de suavizar o seu desânimo perante as adversidades que defrontava. Sabia, no entanto, usufruir da sua clausura, apesar dos rituais de silêncio e oração, alternados com trabalho e penitência. No fundo, o seu objetivo era escrever para distrair a mãe e consolar o pai durante os dezoito anos de separação. Escrevia para se evadir. As cartas libertavam-na da mediocridade, do espaço somb...
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Pequeno retrato da ansiedade                                                    Os primeiros raios de sol iluminavam timidamente a janela do seu quarto. Estava presa num turbilhão de pensamentos, cercada por uma névoa densa de ansiedade. As suas mãos sempre geladas e sem cor destapavam-na sem força, revelando a angústia que habitava a sua mente nos últimos dias. Precisava de enfrentar o dia, mas os medos e as incertezas aumentavam a pressão sobre si. Encontrava-se numa luta interna entre as suas ambições e a necessidade de encontrar a paz, de encontrar a sua voz. Mas tinha de corresponder às expetativas, dos pais, dos amigos, da sociedade. Como um fantoche controlado por fios invisíveis, continuava na dança frenética, alimentando a ilusão do ...
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  Pela voz da demência   O tremor começa subtil e furtivo, como uma nota dissonante, enquanto o corpo parece uma pauta musical que não se consegue controlar. Cada movimento, cada gesto é uma batalha contra forças invisíveis que parecem querer derrubar. Lembro-me da primeira vez que percebi que algo estava errado. As mãos começaram a tremer sem motivo aparente. No início, ignorou-se, atribuindo o sintoma à fadiga. Mas o tremor persistiu, insidioso e implacável, até que não se pôde esconder mais a verdade. Desde então, tem-se vivido num mundo de constantes oscilações, onde o chão se move sob seus pés. Cada passo é uma dança incerta, uma luta para manter o equilíbrio entre a normalidade e a disfunção. Mas apesar dos desafios diários, descobriu-se uma força e uma determinação inabaláveis, enfrentando cada obstáculo com coragem e dignidade. Porque o tremor abala o corpo, mas não abala a alma. É nos abalos do corpo que encontra a sua fortaleza e apesar de sacudido, a alma ...
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  Confissões de um coração inquieto   Ajuda-me a ver o que os olhos não alcançam, Ajuda-me a enxergar a beleza oculta na simplicidade do mundo. Para que eu possa encontrar cores no cinzento, E luz no lamento Por vezes, moribundo.   Ajuda-me a ver além das aparências, Ajuda-me a reconhecer a essência que habita em cada ser. Para que eu possa perceber Nas cicatrizes, Marcas de coragem, E nos sorrisos, Portais de esperança, uma viagem.   Ajuda-me a ver além do meu reflexo, Ajuda-me a mergulhar no desconhecido. Para que eu possa encontrar respostas Nas perguntas sem fim, E inspiração nas incertezas Do meu jardim.   Ajuda-me a ver com os olhos do coração, Ajuda-me a compreender a verdade Para além do entendimento. Para que eu possa vislumbrar A beleza da caminhada, E encontrar paz, De forma determinada.   Ajuda-me a ver, oh, mundo vasto e misterioso, Pois é em ti que descubro a minha verdade O meu ...
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Na intermitência da morte, encontramos a urgência da vida