Estará o equilíbrio perdido?

Na agitada paisagem do mundo moderno, é fácil perdermo-nos na incessante procura pelo sucesso profissional. Desde cedo, somos bombardeados com a ideia de que devemos trabalhar mais, alcançar mais ainda como se o nosso valor fosse medido pelo que conquistamos profissionalmente. Contudo, no meio dessa corrida desenfreada, é importante questionar: Quando perdemos de vista o nosso equilíbrio? Em que momento, começamos a ser definidos pelas carreiras, em detrimento de quem somos?

Ao longo das últimas décadas, testemunhámos uma transformação gradual em relação ao nosso relacionamento com o trabalho. O que antes era uma parte importante, mas não dominante das nossas vidas, agora parece consumir a nossa identidade e a nossa existência. Tornamo-nos workaholics, viciados em trabalho, insatisfeitos com tudo, verdadeiramente ambiciosos, numa perseguição constante dos próximos projetos, promoção e conquista. Contudo, até que ponto isso é saudável? Quando é que a nossa profissão deixa de ser relevante e passa a ser o que, de facto, nos caracteriza? Em que momentos nos tornamos tão absorvidos pelas nossas carreiras ao ponto de negligenciar a vida pessoal, a nossa saúde e o nosso bem-estar emocional?

A sociedade contemporânea com a obsessão pela produtividade e pelo sucesso a todo o custo é em parte responsável por essa realidade. Somos levados a acreditar que o nosso valor está diretamente ligado ao nosso desempenho profissional. No entanto, é crucial lembrar que somos apenas seres humanos, não máquinas.

Assim, deve-se redefinir as nossas prioridades e ligarmo-nos ao que importa. Precisa-se encontrar um equilíbrio saudável entre o trabalho e a vida pessoal. O sucesso não deve ser o único indicador de realização e deve-se, por isso, valorizar os momentos de descanso, lazer e convívio com a família e com os amigos. É essencial para a nossa saúde e felicidade. Reconhecer a nossa humanidade e abraçar a ideia de que somos mais do que as nossas carreiras é o primeiro passo para escapar da armadilha do workaholism. Devemos lembrar que a vida é uma caminhada multifacetada, cheia de experiências ricas e significativas que vão para além das ambições profissionais.

É urgente refletirmos sobre isso.

Não devemos nos afogar num mar de prazos e responsabilidades. Precisamos desacelerar e apreciar as pequenas alegrias da vida, as suas dádivas e tudo o que ela nos proporciona. É preciso sermos positivos e tomar nota dos aspetos mais simples da vida que primam pela diferença. Estar atento às pessoas resilientes que são de certa forma influentes e contribuem para o nosso crescimento. Abraçar a bondade e generosidade, pois podem ser peças do puzzle fundamentais para a nossa serenidade. Porque a nossa riqueza reside nos nossos laços, no amor, na saúde e no nosso bem-estar.

Sem isso não poderemos vislumbrar um futuro saudável.

 

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