Pelas mãos da Ira
A propósito das emoções que habitam em nós, a ira emerge como uma força poderosa, muitas vezes imprevisível e profundamente enraizada. Aquela que nos assola inúmeras vezes sem ser convidada.
Será ela um fogo interno instigador do conflito?
E que combustível é este que nos enleva por sendas estreitas?
É verdade que este sentimento pode parecer necessário em determinadas situações, especialmente quando se trata de proteger ou de lutar por algo importante. No entanto, quando não é controlado ou canalizado de forma construtiva, pode revelar-se nefasto.
Na agitação da vida diária, somos frequentemente confrontados com situações que acendem a raiva. A chama da irritação é provocada por panóplias de situações: um engarrafamento exasperante, o testemunho de uma injustiça premente, ou até mesmo um simples desentendimento com alguém próximo.
"Não há coisa [como a ira]
mais insensata e escrava das suas próprias forças; arrogante após o triunfo, se
frustrada, insana. Tão-pouco quando perde se desanima. Quanto a sorte lhe
subtrai um adversário, morde a si mesma." (Séneca, Sobre a Ira, 3.I.5).
A ira é uma força cega que escraviza aqueles que a sentem, tornando-os arrogantes quando triunfantes, mas insanos se frustrados, que perdendo, não desanimam facilmente. É um animal que morde, caso não atinja o seu alvo. Neste sentido, preconiza-se que é "um mau combustível" (Séneca, Sobre a Ira)
Comentários
Enviar um comentário